Adeus filhona

 A vida nos proporciona momentos interessantes, sou pai de três filhos, quando pensava que não teria mais filhos me deparo diante uma filha, sim uma filha, a mãe da minha esposa que por sequela de um AVC ficou dependente de cuidados pois não andava, não falava, foram quinze anos e quatro meses de cuidado, nesse tempo vivemos altas aventuras pois mesmo sem falar e andar a sua memória era perfeita, certa vez fomos visitar seus irmãos no interior de Santa Izabel do Oeste, outra vez viajamos de avião para o Rio de Janeiro para visitar um dos filhos e tantas outras, depois que mudamos para Icaraíma em 20 meses levamos ela três vezes a Cascavel, quantos momentos, quantas memorias, houve momentos tensos, momentos de tristezas mas muitos momentos de sorrisos, quantas vezes ao lado da cama orei com ela e ela com pouca coordenação dizia amém.

Tive a honra de leva-la as águas do batismo e batiza-la e por inúmeras vezes dar a ela a santa Ceia, quando assumi a primeira igreja em Cascavel ela estava conosco.

Nesse tempo a dona Gema viu netos casarem, bisnetos nascerem, enfim viveu com limites mas viveu momentos incríveis.

Louvo a Deus pelos dias que Deus me deu essa filha, pois com amor e carinho cuidei dela, e esse cuidado me deu mais paciência, mais compressão, mais amor, como tenho dito, sabia que o dia dela partir chegaria, não sabia que sentiria tanto, pois essa relação de quinze anos e quatro meses mês fez ama-la como um pai ama uma filha, carregar nos braços e cuidar.

Dona Gema agora descansa com Deus livre de todo sofrimento e dor, livre das sequelas do AVC, a nós resta a saudade, mas também a certeza que em breve nos encontraremos.

Até breve filhona.

168Elizabete Beatriz, Cristopher Gollmann e outras 166 pessoas

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