A reunião foi marcada pelo constrangimento do ministro e pela tensão na bancada. Carvalho fez logo de início o pedido de desculpas, mas parlamentares questionaram diversas vezes sobre as declarações. Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir que Carvalho assinasse um documento negando as declarações que lhe foram atribuídas, mas o ministro disse preferir divulgar uma nota, durante a tarde, falando sobre o tema.
Em rápida entrevista na saída da reunião, Carvalho tornou público seu pedido de perdão. "O pedido de desculpas, de perdão que eu fiz não foi pelas minhas palavras, mas pelos sentimentos que provocaram em alguns deputados e senadores as interpretações que surgiram a partir de Porto Alegre". Carvalho afirmou não haver intenção do governo de fazer enfrentamento com os líderes e disse que seria "loucura" falar na criação de uma rede estatal para enfrentar a mídia evangélica.
O ministro confirmou ainda ter trazido um recado da presidente Dilma Rousseff sobre a questão do aborto. O tema tem gerado controvérsia devido ao histórico de apoio à legalização da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Carvalho reafirmou que a posição do governo é de não tomar nenhuma iniciativa para alterar a legislação nesta área.
"A presidente Dilma pediu que eu reafirmasse para a bancada que a posição do governo sobre o aborto é a posição que ela assumiu já na campanha eleitoral, que está escrita em todo esse processo e que a posição do governo está absolutamente clara e assim vai continuar", disse Carvalho.
Presidente da frente parlamentar evangélica, o deputado João Campos (PSDB-GO), ficou satisfeito com as explicações do ministro. "Ele se retratou de forma sincera e fez um gesto nobre de vir à Câmara falar conosco". Outros parlamentares reiteraram que o ministro foi perdoado, mas que as declarações não serão apagadas. "Perdoar é diferente de esquecer", disse Garotinho. "Ninguém pede perdão se não reconhece o erro", concluiu Magno Malta, líder do PR no Senado e o primeiro a atacar Carvalho nesta polêmica.
Fonte: Agencia Estado
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